A Cidade da Juventude reflecte as aspirações e lutas dos jovens portugueses e as propostas e lutas da JCP. Talvez por isso seja um dos espaços mais concorridos pelos visitantes.
Na exposição política, foi dado um grande destaque ao 40.º aniversário do 25 de Abril, salientando a importância das conquistas de então e fazendo um paralelo com as actuais lutas em sua defesa. A situação política e social não foi esquecida: baixos salários, precariedade, retirada de direitos, desemprego, cortes no financiamento do ensino, etc.
«Queremos que os jovens sintam a Festa como sua e, para isso, têm de sentir aqui retratado o seu dia-a-dia», explica Miguel Violante, da Comissão Política da JCP. «Temos também de mostrar que há uma alternativa à situação actual e um processo de luta em curso. Como é que chegamos lá? Através da luta organizada. Foi assim antes do 25 de Abril e no período revolucionário; assim é hoje, com a JCP a assumir um papel fundamental. Para muitos jovens, a JCP é um espelho de confiança, alegria, força e convicção no derrube desta política de direita e na recuperação dos valores de Abril para construirmos o futuro de Portugal.»
A Constituição não foi esquecida. «Muito se tem falado do 25 de Abril, mas não da dura luta anterior que tornou possível a revolução. O mesmo acontece com as conquistas dessa época. Exemplo é a tentativa de uma nova revisão constitucional por parte do PSD. É na Constituição que estão patentes as conquistas do 25 de Abril, garantindo direitos que nos querem retirar. É um dos alvos abater pelo Governo, porque não dá espaço ao capital e à direita para avançar», declarou o dirigente.
Na banca estavam disponíveis materiais para consultar e comprar, além do Agit, o jornal da JCP, que, ao início da tarde de domingo, estava quase esgotado. Um dos produtos mais populares foi uma t-shirt com a frase «Alegria de viver e de lutar». «Esta citação de Álvaro Cunhal reflecte o que é ser jovem revolucionário e que nos empolga diariamente», comenta Miguel Violante. Essa luta passa também pela desmistificação do que é veiculado pelo Executivo: «Há dinheiro em Portugal, mas está concentrado. O problema está na redistribuição. O Governo só se preocupa em tapar os buracos da banca, fruto da especulação financeira, à custa dos sacrifícios dos trabalhadores. É necessário pôr o nosso País a produzir, criar postos de trabalho, investir na educação, na saúde e na Segurança Social.»
Palco Novos Valores
Os grupos que actuaram no Palco Novos Valores foram os vencedores de um concurso nacional, que decorreu desde Julho. Mais de cem bandas concorreram de Norte a Sul com centenas de eliminatórias concelhias, regionais e finais que apuraram os dez grupos que actuaram na Atalaia, a par de três convidados. «Em Portugal faz-se boa música, mas há um conjunto de dificuldades. A falta de espaços para ensaiar, o preço dos instrumentos, a dificuldade de gravar maquetas ou CD condenam a priori a formação de novas bandas. O Palco Novos Valores integra-se na luta pela produção e fruição da cultura», refere Miguel Violante.
300 novos militantes na Atalaia
Durante os três dias da Festa, 300 jovens inscreveram-se na JCP. Muitos deles foram contactados pelas brigadas que percorreram a Atalaia, conversando com os visitantes sobre a situação nacional e internacional, o 25 de Abril e as propostas da JCP. «Há uma grande receptividade para nos ouvir e as pessoas falam sobre os problemas. A necessidade de derrotar esta política e demitir o Governo é uma evidência para todos», conta Miguel Violante. «Isto demonstra que, no quadro da grande ofensiva ideológica que atravessamos, existem inúmeras potencialidades para reforçar a luta e a JCP.»
Outras centenas de jovens deixam o seu contacto à JCP para receber informações no futuro. «Há interesse em falar connosco e em saber mais. Para muitos, a Festa é mais um espaço onde têm contacto com a JCP, além das escolas e locais de trabalho. É aqui que muitos dão este passo tão importante que é aderir à nossa organização. Mais do que um compromisso com a JCP, é um compromisso essencial com a luta travada por cada um deles. É um grande acto de coragem que mostra que é possível a construção de uma democracia avançada e do socialismo», declara o